sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Família Virtual


Pensando na internet, o que nós que passamos tanto tempo navegando por entre páginas e mais páginas postando, curtindo e compartilhando fazemos?

Imagino que ninguém tenha pensado nisso... Nem sei por que mesmo que eu pensei... 
Em fim, eu encaro isso como um tipo de família virtual, universal, podemos nos conectar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, mas porque, e eu insisto nessa pergunta, como é possível em tempos tão tensos, um tempo dominado por excesso de individualismo nós nos viciarmos nesse meio de comunicação e interação?

Estamos sedentos por interação com outros seres do mesmo meio, e a internet proporciona isso, intensifica esse fato, você acaba construindo o seu próprio círculo, mesmo que virtual, ao mesmo tempo em que é real, colocando pessoas, sites, blogs de assuntos e padrões que te agradam, que tu te identifica, e nos viciamos de forma absurda.

E porque eu comparei isso a uma família? Bom... Qualquer pessoa que conviva com sua família ou já conviveu sabe como as coisas funcionam, nem sempre tudo está perfeito, existem constantes discussões, várias vezes embate de idéias, mas... Você sempre volta e continua lá, ao lado deles por serem sua família. O que me leva a crer que você só vai discutir se aquela pessoa mesmo que somente em teu inconsciente, tenha te despertado algum tipo de sentimento. Se você realmente não gosta de alguém você não perde tempo discutindo com essa pessoa, tão pouco tentando ensinar o que você julga ser o correto, e agora contrariando os ‘’web haters’’ sem noção eu afirmo, se discutimos tanto na internet é porque nos importamos uns com os outros, mesmo que não saibamos.

E sabendo que todos nós, mesmo que em muitas das vezes plagiando, estamos expressando nossos sentimentos, vontades, desejos, sonhos, seja por uma foto com uma frase o que é bem comum, ou textos, vídeos enfim, é lógico que somos todos artistas virtuais, artistas reais buscando uma maneira de se identificar com esse mundo, nos expressando virtualmente.

Viciamos-nos porque queremos nos viciar, é diferente de qualquer outra droga existente, ficar tempo demais aqui é ruim, é claro que é, mas como não se viciar quando é tão difícil você conversar, ser sincero com alguém pessoalmente, e outra, quando pessoas que você realmente gosta de interagir não tem oportunidade de estar junto a ti.

A internet tornou-se a ligação entre todos e tudo.

Nós precisamos dessa interação, seja uma negação ou aceitação, nós nos sentimos úteis e parte de algo pelo fato de alguém ter notado que você está lá, não por concordar ou não com a tua opinião, mas por existir a troca de informações, ideais a interação.

 E quão feliz seria alguém se tivesse toda a internet do mundo somente pra si e pra seu uso? 
E se todos estivéssemos falando somente do mesmo fato, gostando exatamente da mesma coisa, penso que não seria tão interessante assim.

Para aqueles que reclamam da internet eu trago meu desprezo, todo excesso é ruim, é óbvio, mas você querer ir, não contra corrente, mas contra a própria evolução, a qual lutou e luta-se tanto para alcançar, é em suma alienação, ignorância ou medo de mudar, o que nós não podemos fazer é confundir as coisas, misturar. Mas é claro que há os que abusam, nada é perfeito, assim me parece, se você descartar o fato de bem e mal serem forças não opostas, mas unidas e eficientes juntas, tornando a imperfeição total e absoluta perfeição.

Mas também trago meu conselho, na verdade a parte que me irrita, eu sinceramente não quero e serei um dos que irá lutar para que os livros como os conhecemos não encontrem seu fim(não estou me contra-dizendo!), leio muito no PC, porém amo, e quando digo que amo é porque deposito uma paixão sem medidas por meus livros, gosto tanto das palavras, das coisas que aprendo quanto do material, do tipo de folha, da forma, do cheiro, gosto de poder a cada vez que adquiro um livro novo assinar meu nome e colocar a data, emprestar para quem se interessa, por vezes pegar emprestado, está ai outro vício meu...
 Eu não quero ebook’s!

 Mesmo que várias vezes eu leio alguns livros aqui no PC, me sinto revoltado só de ler comentários sobre o possível fim do livro em jornais, está ai um abuso de tecnologia, não podemos misturar as coisas, a internet é um meio de comunicação super eficiente, ótimo! Mas deixe meus amados livros em paz!

Voltando ao assunto principal deste post, peço que antes de ficarem reclamando da internet e dos internautas que pensem, afinal se você não gosta de algum programa de TV, como eu que detesto muitos, troque de canal, desligue a TV, corte o fio dela se for preciso, mas não assista! Do mesmo modo a internet, se você não gosta do fato de as pessoas publicarem o que pensam você tem muitas opções, você pode demonstrar um pouco de personalidade e reclamar diretamente para a pessoa, pode também começar por excluir amigos, deletar sua conta, botar fogo no seu PC, coisas simples do tipo, mas se você insiste em ficar e se juntar a nós internautas, respire conte até 10, 1000 se necessário e entenda que você não manda nas pessoas nem nas idéias delas, assim como nem eu nem ninguém pode te impedir de pensar o que quiser.

Deixe a informação fluir por entre os usuários, nem tudo que me agrada te agrada, e o contrário também, é... Às vezes, quando bem feito, é tão bom ser contrariado, saber que existem pensamentos totalmente diferentes dos seus, isso é aprender, isso é crescer, transcender seus limites.

Somos Mestres e Aprendizes, e quem nunca aprendeu algo que faça a primeira pergunta, e se alguém pensa que nunca ensinou pode ter certeza que já o fez, às vezes as pessoas não gostam de admitir  e não admitem que aprenderam, mas se não estamos aprendendo freqüentemente, o que raios estamos fazendo?

Seria muita ignorância pensarmos que já aprendemos o suficiente, e mais ignorância ainda nos preenchermos de soberba por imaginar que sabemos ou entendemos o suficiente para não buscarmos mais a nossa evolução.

Viva a sua (R)evolução.
                                                                                               

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